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segunda-feira, 9 de agosto de 2010

História da Escola Mul. Dr. Arnaldo Afonso Reis Sant'Anna

A década de 50 é o marco inicial da educação no povoado de Cabeceira do Rio. Segundo informações concedidas pelo professor Elione Gomes Belo, seu pai contratou a professora Maria Dantas, casada com seu tio Basílio Belo. Assim, o pessoal da fazenda e do povoado começou a ter os primeiros contatos com a educação escolar. No entanto, essa iniciativa ainda não constituía uma escola no sentido institucional.


A primeira escola no sentido institucional de que se tem notícia tinha como nome Escola Leal, situada à Praça Coronel Dias Coelho, onde hoje funciona o Posto de Saúde da Família no povoado de Cabeceira do Rio. Tinha como docente a senhora Cecília Mascarenhas Lopes. A educação não era gratuita, o que dificultava o acesso da população ao saber escolar. Segundo relato do senhor Artur Jesus Pessoa, morador antigo do povoado, a vontade de estudar fazia com que muitas crianças ficassem na janela observando a professora ministrar as suas aulas porque não havia carteiras suficientes.

Era uma educação fundamentada no rigor. O fato de não saber desempenhar determinada tarefa era pretexto para o castigo da palmatória. O milho era lembrado como algo a mais que alimento. Servia como instrumento de tortura, pois as crianças que praticassem atos de indisciplina ficavam ajoelhadas nele. É o que conta o senhor Artur Jesus Pessoa:

Ói cabra véi nóis ficava da janela oiando os minino estudar e ficava todo mundo queto ninguém conversava não. Quando os minino não sabia a taboada ou a leitura a professora dava três ou quatro bolo na mão chega ardia, não era como hoje é não que esses minino não respeita nem os mais véi.(Sic)

Nos arredores do povoado, em tempos posteriores, começaram a ser criadas outras escolas, já de forma gratuita. Por exemplo, a escola da Epaba – Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado da Bahia e a escola do Cajueiro – inaugurada na gestão do prefeito José Barbosa de Oliveira (1973-1977).

A Escola Dr. Arnaldo Afonso Reis Sant’Anna foi inaugurada em 06 de novembro de 1976.

Inicialmente, era composta de duas salas de aula, dois banheiros, uma pequena sala para secretária, almoxarifado e uma cantina muito pequena. Apesar de ser ainda muito aquém das necessidades dos alunos, essa instituição minorou o sofrimento de ter que se deslocar do povoado para estudar na Epaba ou no Cajueiro. Atendia às crianças do município com aulas da 1ª à 4ª série.

O avanço dos alunos para as séries seguintes à 4ª série ficava comprometido, uma vez que eles precisavam se deslocar para a cidade de Utinga. O único estabelecimento do município que disponibilizava o curso ginasial – denominação dada ao atual Ensino Fundamental II – era o Colégio Municipal Senhor do Bonfim. A alternativa para o aluno que quisesse continuar estudando era repetir por diversas vezes a 4ª série – alguns alunos chegaram a repetir essa série por três vezes. Faltavam recursos financeiros e conscientização aos pais, pois eles interrompiam os estudos de seus filhos em alguns casos. Além do mais, o trabalho na agricultura passava a ser atividade constante e isso fazia com que o foco dos adolescentes fosse desviado de vez da educação. Os poucos que tinham determinação para continuar os seus estudos, se deslocavam de bicicleta, em lombo de animal o até mesmo a pé.

A escola, durante grande parte de sua história, não contou com atuação efetiva do gestor escolar. Em geral, essa denominação era dada a uma pessoa que, esporadicamente, vinha à escola para resolver problemas como, por exemplo, a matrícula os alunos. Até mesmo essa função elementar, muitas vezes, era exercida pelos dois ou três professores em atividade na instituição. Não havia coordenação pedagógica, daí a necessidade de o professor ser uma figura autodidata.

Um grande avanço no sentido de melhorar a educação no povoado de Cabeceira do Rio se fez sentido quando da nomeação da senhora Anadalva Santana de Oliveira para o cargo de diretora da instituição. Na época, fez-se um imenso esforço para tornar o local apropriado para a atividade escolar.

Antes dessa época, a sua planta era composta por duas salas de aula, dois banheiros sucateados, uma pequena secretaria (nunca usada em anos anteriores) que também servia como almoxarifado e uma minúscula cantina. Somam-se a essa descrição o fato de as crianças usarem as imediações da escola para fazer suas necessidades fisiológicas. A merenda era preparada na casa da cozinheira, em condições desconhecidas pelo poder público municipal. A caixa d’água não tinha cobertura adequada e, por várias vezes, se precisou remover pardais mortos da água que era usada na instituição.

Num pequeno depósito guardava-se a merenda e o material para limpeza, fato que vem ratificar as condições inadequadas em que a escola era mantida. Havia 115 alunos atendidos com o Ensino Fundamental I.

A partir de 2005, iniciou-se um novo ciclo na escola. Salas de aulas foram construídas, arborizou-se a área da frente da escola. Em 2006 foi iniciada a oferta do Ensino Fundamental II. Um grande avanço para a comunidade local. O acesso a esse nível de ensino foi democratizado. Muitos alunos que haviam interrompido os seus estudos voltaram a estudar

3 Recursos humanos e materiais



Para atender à demanda, a Escola Mul. Dr. Arnaldo Afonso Reis Sant’Anna conta com um quadro de vinte professores e dois auxiliares de classe. Estes, em sua maioria, já completaram ou estão cursando o nível superior.

A escola ainda conta com diretora, vice-diretor, quatro serventes, dois porteiros, dois digitadores, um auxiliar de secretaria, um auxiliar de serviços gerais, um vigilante, uma cozinheira, três coordenadoras pedagógicas (uma para Educação Infantil, uma para o Ensino fundamental I – primeiro ao quinto ano - e outra para o Ensino Fundamental II e Ensino Médio). Há no total, quinze funcionários no âmbito administrativo.

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