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domingo, 10 de junho de 2012

Língua: uma produção social


É sabido que a língua é uma produção social. Uma língua nasce da produção e reprodução cotidiana, localizada no tempo e no espaço da vida dos seres humanos. Numa sociedade como a brasileira, por exemplo, que por uma grande diferença econômica e política, divide e individualiza pessoas, isola-as em grupos, distribui-se a miséria entre muitos e concentra-se privilégios e riquezas entre poucos. E a língua não poderia deixar de ser uma expressão dessa exclusão social. Miséria e língua se misturam e se confundem.
            Nesse contexto, a escola acaba esquecendo que a educação também é um problema social, e encara-o como mero problema pedagógico. Não há respeito pelas condições de vida de seus frequentadores, impõe-lhes modelos de ensino que são produzidos para a conservação da injusta situação esboçada anteriormente. Sem fazer a verdadeira crítica do saber, a escola muitas vezes, na maioria das vezes, considera todo e qualquer conteúdo válido, baseando-se em preconceitos e “verdades incontestáveis”, dogmáticas.
Assim, professores tragicamente ensinam análise sintática para sujeitos que não se reconhecem como sujeito. E nessa escola, crianças passarão alguns anos tentando acertar o tipo de sujeito da oração, mas nunca serão os sujeitos de suas próprias histórias. 

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