É
sabido que a língua é uma produção social. Uma língua nasce da produção e
reprodução cotidiana, localizada no tempo e no espaço da vida dos seres
humanos. Numa sociedade como a brasileira, por exemplo, que por uma grande diferença
econômica e política, divide e individualiza pessoas, isola-as em grupos,
distribui-se a miséria entre muitos e concentra-se privilégios e riquezas entre
poucos. E a língua não poderia deixar de ser uma expressão dessa exclusão
social. Miséria e língua se misturam e se confundem.
Nesse contexto, a escola acaba
esquecendo que a educação também é um problema social, e encara-o como mero
problema pedagógico. Não há respeito pelas condições de vida de seus frequentadores,
impõe-lhes modelos de ensino que são produzidos para a conservação da injusta
situação esboçada anteriormente. Sem fazer a verdadeira crítica do saber, a
escola muitas vezes, na maioria das vezes, considera todo e qualquer conteúdo
válido, baseando-se em preconceitos e “verdades incontestáveis”, dogmáticas.
Assim,
professores tragicamente ensinam análise sintática para sujeitos que não se
reconhecem como sujeito. E nessa escola, crianças passarão alguns anos tentando
acertar o tipo de sujeito da oração, mas nunca serão os sujeitos de suas
próprias histórias.
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